O golfe e a (minha) saúde mental
Bons dias amigos golfistas e não golfistas. (Malta, bom dia é o dia todo, neste post)
Acabou ontem, dia 6 de Novembro 2022, o 5º Portuguese International Mid Amateur Championship, em Tróia. Um torneio que envolve jogadores com idades a partir dos 25 aos 50 anos e de várias nacionalidades.
Participei no ano passado (podem ler o post aqui) e tive uma incrível experiência - inclusive, ganhei o 2º lugar no Ranking Ouro (classificação gross) e o 1º lugar no Ranking Prata (classificação Net) da ordem de mérito respetiva.
Mas este ano... não fui.
Já explico. Antes vou contar-vos algo: eu sou seguida por uma psicóloga há 2 anos.
Mariana, mas o que é que uma coisa tem a ver com outra? Tudo.
Quem toma a decisão de ser acompanhado por um(a) psicólogo(a) é porque já passou por muito ou entende que há algo que tem de fazer para melhorar a sua própria vida. Seja porque tem ataques de ansiedade/pânico constantes, seja porque entende que reage de forma "errada" a determinadas situações do dia-a-dia, seja por que se quer conhecer melhor, seja porque precisa de desabafar com alguém. São várias as razões mas estas são as que me lembrei.
Comecei a ter consultas com esta psicóloga quando deixei de ser jornalista de golfe, ou seja, finais de 2020 - a primeira vez que tive foi algures em 2016 tendo deixado passado um ano e pouco (porquê, não me recordo). Sofria de muitos ataques de ansiedade e de pânico - o segundo ataque de pânico levou-me ao hospital e a começar a tomar "calmantes" -, muitos medos e muitos traumas.
Reconhecer os medos e os traumas - e o modo como são "apresentados" no meu dia-a-dia e lidar com eles de outra forma - é o meu TPC desde então. E, parecendo que não, o golfe não é excepção.
Sou muito perfeccionista, incluindo no campo de golfe, e isso provém dos traumas. É claro que toda a gente quer fazer bons shots e boas tacadas e bons putts e bons resultados, e isso é bom e normal. Mas quando se fica frustrado e não se consegue dar a volta ao resultado, quando os pensamentos e vozes negativas continuam em força na mente e massacram-nos, é porque há algo mais.
Ando, lá está, numa luta interna há muitos anos mas há 2 anos que comecei o processo de me melhorar e irá continuar. Sei que estou MUITO melhor que antes - o trabalho psicológico tem efetivamente vindo a dar resultados e aprova disso é que ando muito menos ansiosa, reconheço momentos que são causados pelos traumas e sei atuar perante isso.
O que ainda não está totalmente resolvido? O golfe.
E esse é o motivo pelo qual não me inscrevi nem participei na 5ª edição do Portuguese Internacional Mid Amateur.- Cuidar da saúde mental é IGUALMENTE IMPORTANTE que cuidar da vossa saúde física.
- Ir a um psicólogo(a) não é serem fracos, como muita gente pinta. É serem fortes e terem coragem de se tornarem melhores: auto-conhecerem-se e melhorarem-se como pessoa é o melhor achievement que podem ter durante a vossa vida.
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